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A minha pequena nova alegria

Little Joy – Unattainable



(Ou o que acontece quando se juntam o baterista dos Strokes, o guitarrista dos Los Hermanos e uma menina de voz supimpa).

Três realidades paralelas

Algumas sugestões escapistas para quando estiverem aborrecidos com a vida:

- Almoçar no Colombo a um Sábado. Não só é deprimente, como nos transporta directamente para uma trincheira lamacenta, na qual os soldados lutam por um poiso sereno para degustarem a sua refeição pré-fabricada. Em caso de perigo, o tabuleiro serve de escudo. [E que me perdoem todos os que verdadeiros soldados – é só uma analogia tola].
- Entupir o ouvido quando nos assoamos. É, provavelmente, a trip mais assustadora de que há memória. Para quê estragar o organismo com drogas quando uma constipação faz o efeito: desequilibra os sentidos e ainda nos torna os olhos pequenitos, para dar ar de quem é muito cool e fumou cenas maradas.
- Chegar a casa duas horas mais cedo do que o habitual. É o suficiente para nos sentirmos um ser estranho numa terra estranha. Primeiro, porque é de dia e há pessoas esquisitas na rua, tipo velhotes nas mercearias, estafetas e senhores que entregam móveis. E depois, há que pedir licença aos pequenos habitantes que tomam conta das casas sempre que não estamos, átomos e bichanos rastejantes incluídos.

Quando o George Michael gostava de XX (antes do XXX na WC pública)

Ainda a propósito do IKEA, estava eu (desajudando) a montar uma estante ao som do VH1 Classic quando sou surpreendida por esta pérola de emoções: ‘Freedom’ dos Wham (não confundir com a versão a solo do George Michael).

E pumba! Recordação imediata das amigas a caminho do concerto de George Michael em Coimbra, ouvindo o best of dos Wham até à náusea e comendo petazetas como quem come tremoços. Foi bonito ver o Tony Carreira de Inglaterra dançando à Marco Paulo mas, sobretudo, foi divertida a roadtrip e as longas horas no parque de estacionamento subterrâneo. Só faltava lá a grande mana, que tanto Wham ofertou aos meus tímpanos durante o meu crescimento, para retirar o carro do parque com os seus super-poderes de irmã mais velha. :)

Wham! - Freedom


I have a dream. A silly one.

Esta madrugada, acordei o jovem novio (e talvez a vizinhança) com gargalhadas assustadoramente sonâmbulas. Dormia e ria ao mesmo tempo à conta de um sonho tolo, no qual todos os meus colegas de trabalho estava reunidos no armazém do IKEA. Até aqui tudo bem, não estivéssemos nós montados no topo de caixotes gigantescos, do tamanho de gruas, tentando destruir as câmaras de segurança com as quinas das embalagens.
Algo me diz:
a) que estou a dedicar demasiado tempo à remodelação da sala.
b) que a imagem do chefe montado numa mota sem bateria, sendo empurrado pela equipa no corredor da rádio, registou um nível de galhofa de tal modo aguçado que ainda não foi completamente assimilado pelo meu subconsciente.

[Mãe, se estiveres a ler isto, eu dormi sozinha e estava só a delirar por causa do cheiro da tinta].

Me and my lousy sense of opportunity.

Tenho uma queda para o inoportuno, já desde os tempos em que – como boa criança impressionável pelo vocabulário alargado das telenovelas – solicitava bebidas alcoólicas aos empregados de restaurante, perante o olhar vexado de senhores meus pais.
Tudo estaria bem se a desonra familiar tivesse findado na infância, mas os momentos embaraçosos parecem suceder-se que nem ginjinhas no Rossio. Como por exemplo, numa das visitas quinzenais aos papás, em pleno usufruto do zapping de 300 canais de televisão, eis que encravo no último canal da Powerbox – nada mais que um canal erótico que, apesar de bloqueado, tem um nome elucidativo: XXX.
Ora, estando sozinha na sala, comecei por trocar a pilha do comando, atirando-o contra o sofá para resolver a aparente avaria. A voz da mãe na cozinha e a chegada iminente do pai deixaram-me ainda mais nervosa, pelo que acabei por desligar todos os cabos da televisão e respectivos acessórios, temendo a desilusão de se depararem com uma filha que, não bastando viver sozinha e longe, ainda assistiria a filmes com partes pudendas à mostra, e à descarada, na casa dos progenitores.
A última flagrante barraca foi a tentativa de alegrar um amigo que acabara de perder o seu fiel companheiro. Estando ele cansado, recorro a uma canção dos Beatles para lhe arrancar um sorriso: “It’s been a hard day’s night and I’ve been working like a dog”, esquecendo-me, porém, que a tradução inglesa de cão teria o mesmo efeito que uma estalactite espetada no coração.

Here’s to Kelly belly jelly.

Ray Lamontagne - Forever my Friend @ Letterman



Nota: O jovem Ray Lamontagne, entretanto, já vai no seu terceiro álbum.

Boa Noite e um Queijo

A chuvada desaba lá fora e duas tolinhas divertem-se à grande no estúdio da Zero, com muita música e dedicatórias para os amigos de sempre, à la rádio local. O alinhamento, escolhido em cima do joelho, e com muita genica auditiva, também cá canta.

Mais uma razão para gramar o canal Infinito

Não são só os programas pedagógicos, nem as aulas de Yoga e de Tai-Chi pela manhã, nem as rigorosas investigações sobre a Família Secreta de Jesus. A verdadeira magia do Canal Infinito está na sua voz de estação – um senhor com pronúncia do Norte, que pesarosamente anuncia a “istreia” de programas assustadores como “Homens Muito Maus”.

Ontem bi dEUS

E haverá melhor preparação para um concerto de dEUS do que ver, minutos antes, o filme das Spice Girls no canal Hollywood? Inspirador. Só faltava terem tocado esta “Eternal Woman” para eu e D. Gamma podermos bradar aos céus: “Louvado Sejas, ó meu Senhor”.



«I want to infiltrate in you.

Maybe I'm too romantic
These expectations I should quell
But I would rather drown with you
Than watch the surf with someone else»

O Japão - Kyoto e Nara

Wake me up when September ends

A reentrée deste blog faz-se no Dia Mundial da Música, da Água, dos Idosos e dos Vegetarianos. Aproveito para enviar o meu respeito a todas as velhinhas sereias que gostam de comer bife de seitan ao som de Bach.

Este Verão, também me apaixonei pelos CD’s infantis

Além do popular "Serafim" e das "Músicas da Carochinha Vol. 5678," o CD infantil que mais captou a minha atenção este Verão foi o da "Viky", o pequeno golfinho que declarou guerra aberta à poluição, instigando a protecção do planeta nas suas canções.
Que bonito, pensei eu, recordando de imediato o animoso Captain Planet - o desenho-animado que me ensinou a amar o planeta, a reduzir a minha pegada ecológica e todas essas coisas delico-doces que têm vindo a transformar-me numa choninhas.
Ora, tudo na "Viky – O Pequeno Golfinho" me parecia instrutivo até reparar que o meu sobrinho trauteava o refrão d’ “A Maminha da Mamã”:

“Eu também mamei quando era bebé golfinha
Agora a minha mãe dá leite aos meus manos
Agora já não mamo, já sou crescidinha”.

E agora quem explica ao meu sobrinho que isto não é assim tão linear?

Ice Ice Baby

Não bastavam os amaciadores de roupa, agora também os pequenos menus de gelados OLÁ! disponíveis em restaurantes são concebidos por poetas que preteriram as suas carreiras em nome do bom marketing.

Eis algumas das variedades glaciais que inspiram à lambidela:
Fantasia de Avelã e Chocolate; Suspiro de Banana Split; Explosão de Limão e Morango; Obsessão de Frutos Silvestres; Suspiro de Strawberry Cheesecake.

Prevejo uma geração de drama queens / kings querendo contrair o matrimónio dentro de carrinhas Family Frost, na disputa dos condutores que tiverem maiores doses anímicas de amor e carinho devidamente acondicionadas nas suas arcas frigoríficas.

Este Verão, apaixonei-me pela música popular sertaneja.

Depois de ter acordado ao som de Lucas & Matheus com “Tá Rolando um Lóvi (Lóvi, Lóvi, Lóvi)” nas solarengas manhãs da RTP, rendi-me à letra profundamente perturbadora de um tema debitado na prodigiosa Rádio Clube do Sul – tema esse que poderá estar na origem de 35% dos enredos na indústria cinematográfica libidinosa.
Aqui fica então, dedicado aos patrões de todo o mundo, Amado Batista com o seu grande hit “Secretária (Assédio Sexual)”.

«Secretária, que trabalha o dia inteiro comigo,
Estou correndo um grande perigo,
De ir parar num tribunal,

Secretária, às vezes penso em falar contigo,
Mas tenho medo de ser confundido,
Por um assédio sexual»


Eu Koru ir à Nova Zelândia

Há semanas que falamos em ir para a Nova Zelândia apanhar kiwis, mesmo assim à maluca.
Hoje percebi que, desde miúda, desenho Korus em todos os meus cadernos de escola e bloquinhos de notas. Será que, seguindo a lógica conspurcada de “não há coincidências”, isto é um sinal para ir até Auckland? Ou será que, simplesmente, brincava aos índios Maori quando era miúda, entre a apanhada e o salto ao eixo? Em todo o caso, aceitam-se donativos.

Avisos

- Se há letras garrafais impressas nos maços de tabaco expondo os diversos malefícios das unidades cilíndricas de consumo (vulgo, cigarros);
- Se as auto-estradas estão carregadinhas de avisos bastante gráficos sobre o sono / álcool / aselhice na condução...

Parece-me que o governo se deveria inquietar, agora, com a saúde mental dos portugueses. Sugiro aviõezinhos com a mensagem: “A Insegurança Mata”, "Acredite Mais em Si" ou "O Seu Patrão é um Idiota". Ou isso, ou incentivam a exportação dos graffitis que embelezam a Estrada de Benfica. Porque se há mensagem que deve ser passada é a de que “O Ar Condicionado Mata”.

Dick Move of the Week



Obrigada, mano!

Aixelsid

Um colega puxa-me um pelito do braço e eu exclamo: “Caraças, parecia um cheque elóctrico”. Pouco depois, digo aos amigos que levo os rolos para o restaurante porque “quero por ir as fotografias a revelar”.
Alguém que me coloque o cérebro de volta ao crânio, por favor.

Oração do dia

Obrigada, senhor, por me teres inspirado a finalmente lavar o meu carro, que escorria sebo há cerca de seis meses, e por nos teres brindado com esta magnífica chuva no dia seguinte. :)

Alvíssaras a quem filmar sonhos.

Gosto muito do meu subconsciente. Hoje, quando sistematicamente atrasava o despertador do telemóvel para não me levantar da cama, dei por mim a dizer para o telelé, semi-acordada: “Pera, já vai, deixa-me só acabar de gravar este vídeo-clip”.

I wanna steal your innocence

Portanto, eu gosto dos Coldplay, não é? Mas também amo os Strokes.

Ora escutem com atenção o tema “42” do novo álbum “Viva la Vida” e reparem como, mais ou menos a meio, a canção se torna igualzinha ao “Barely Legal” dos Strokes.



Todo o mundo ouviu o minuto 3 da actuação dos Coldplay, certo?
E agora Strokes:



Chris 0 - Julian 1.

Fazemos casamentos e varridelas

Sonhei que os Coldplay estavam em Lisboa para o casamento de umas amigas lésbicas, que se tinham esquecido de organizar o devido copo-de-água. Enquanto procurávamos um restaurante para a improvisada patuscada matrimonial, paramos num miradouro e eu explico ao Chris Martin que ali fica o cemitério com o nome mais divertido de sempre. Responde-me ele: “I know. The Pleasures Cemetery”. Houve algo de sexual naquele comentário mórbido, pelo menos no meu subconsciente.
O sonho musical prossegue (perdão, Senhor, perdão) com os Tokio Hotel. O vocalista andrógino da banda alemã varria o chão com o seu cabelo durante as filmagens do seu novo vídeo-clip. Depois, brincava com crianças e fazia batota no jogo, pelo que eu me insurjia, dizendo: “Ó vassourinha, tu já não tens idade para ter juízo?”.

Coincidência: na manhã seguinte, a TV no trabalho debita os Coldplay a tocarem ao vivo no “Late Night”. O Jon Stewart pergunta-lhes se têm algum concerto previsto para esse dia e o Chris Martin responde que não, que está disponível para casamentos. Entra o som revelação: TAN TAN!

O taxista entertainer

Ele domina a arte de encher chouriços. Em 15 minutos de viagem, o taxista-entertainer-Fernando-Pereira-wannabe contou-me detalhes inolvidáveis sobre a sua vida.
Que é de Viseu e andou na escola com o respectivo “mafioso” responsável camarário; que é viúvo; que tem um vizinho homossexual e que resiste aos seus avanços dizendo “eu não vivo em Rabo de Peixe, ó amigo”; que há uns tempos fez amor com uma velha do bairro da Boavista, velha essa que ia sofrendo uma síncope durante o acto porque ofegava de forma débil (naturalmente que o nosso taxista reproduziu essa respiração assustadora enquanto conduzia); que, se fosse da minha idade, eu não lhe escapava e lá teríamos que fazer a “dança dos quatro joelhos”; e que as profissões mais parecidas com a de taxista são as de padre, barbeiro e prostituta, “porque ouvem de tudo”. Neste caso, dizem-no também.
Às tantas, o telemóvel toca e o tom de voz do taxista-leão transforma-se no de um gatinho peludo: “É a minha namorada”, diz ele no final da chamada, lançando um sorriso cúmplice para o banco de trás. “Eu gosto muito de mulheres”.

Gemada.

And then hell broke loose

Encontrei a filha de Lúcifer no comboio. Tinha dois anos e esbofeteava o pai e a irmã enquanto estes dormiam candidamente nos seus lugares, descartando-se da responsabilidade de controlar os bramidos desta amorosa diabinha de caracóis loiros.
Ao fim de uma hora, quando ambos acordam, eis que a pequena endiabrada é finalmente vencida pelo cansaço e adormece no regaço paternal. Soubesses tu o que ela te torturou antes, papá negligente - perdão, papá dorminhoco.

Very cheap, very exotic.


Ir a Marrocos com turistas norte-americanos é muito parecido à abertura da época de caça. Só que, lá, a arma do predador é o tapete “mágico” de 1000 euros, que tem um zero a menos na Feira da Carcavelos.
Os sobrinhos do tio Sam podem não se ter apercebido do roubo, mas vingaram-se quando disseram que os marroquinos eram sujos e pareciam iraquianos.

O mito de Ulisses

Gosto das pipocas e da pita shoarma misturadas com o cheiro dos livros, gosto dos altifalantes a alertarem para as pechinchas do dia, gosto do convívio entre os vendedores de barracas concorrentes.
Não gosto de ter percorrido a feira do livro à procura do “Ulisses”, de James Joyce, e de ter sido surpreendida por um jovem que, confiante, me afiançou: “Temos James Joyce, claro. Ó Rosa, vê lá se não ‘tá aí. Tenho quase a certeza que já vi isso hoje. Olhe, qual é o autor?”

Uma doença chamada música

Estou a ir para casa e, à minha frente, circula uma carrinha de caixa aberta com o autocolante “M.I.A.” na traseira. Na minha cabeça, os senhores com bonés do Benfica são fãs da cantora M.I.A. – e não trabalhadores da Metalúrgica Ideal Alentejana.

Melhor que um elefante e um rabi num bar…

…é estar um senhor nos seus cinquentas e muitos anos, apetrechado com um chapéu de mexicano, um colar de flores e um tridente vermelho, dançando kizomba à porta da Party Fiesta do Colombo para atrair clientela.
Funcionou comigo. E a Dona Gamma lá teve gramar com o alfinete de peito "Oh No! It's My Birthday - Happy 30th Anniversary!"

Cat Power - The Greatest on Jools Holland



Com o anúncio de uma certa e determinada operadora de telemóvel a rodar assiduamente na minha estação de trabalho, não consigo parar de cantar ‘once I wanted to be the greatest’. A Cat Power pode não ser a Greatest, mas anda lá perto.

Friends will be friends…

… mesmo nos dias em que só nós puxamos a carroça. Porque, no dia seguinte, esses friends esbofeteiam-nos com carinho, levam-nos numa voltinha até às profundezas enlameadas do ego e metem a engrenagem a funcionar novamente.

[No baú de parvoeira colectiva, constam campeonatos de “quantos segundos demoras a folhear o jornal?”; jogos com fantoches desenhados nas mãos; esculturas em balão da família Badaró, adornando o tablier do festival-de-verão-móbil; empoleiramentos na máquina de lavar para quadrilhar com a vizinha à janela; concursos de sombras chinesas nas persianas dos restaurantes, e muitas outras infantilidades. Sim, ninguém diria que todos temos mais de um quarto de século. Cada um. Não é todos juntos.]

So friends will be friends, whether in mono or stereo.

Vaticano admite existência de extraterrestres

Como é que o Vaticano reconhece a existência dos extraterrestres primeiro que a existência do preservativo? Talvez os óvnis façam lembrar hóstias.

Gramava que descobrissem um planeta habitado unicamente por coelhinhos libidinosos.

Cunhado sem cunha é cunhado que se decompunha

Imaginem vós que pegavam no carro para se fazerem ao trabalho (um exercício, por si só, estimulante) mas que, antes de poderem dar o vosso contributo para um mundo melhor, são abalroados por uma empilhadora que está a sair de um armazém. O condutor da empilhadora faz aquilo que todos os portugueses ciosos e cívicos fariam nesta altura: foge do local do crime.
Tendo em conta que uma empilhadora atinge um máximo histórico de, vá lá, 12 Km/h, admira-me como é que a polícia não se cruzou com ela. Talvez estivesse escondida debaixo duma árvore à espera que o INEM caísse de um galho. Como boa empilhadora que é, podia, no mínimo, ter dado um empurrão ao reboque.
Eis que o lesado nesta história, o meu cunhado, chega ao hospital de Faro já de ambulância - mas só porque as empilhadoras não têm entrada directa nas urgências. Espera duas horas até ao primeiro raio-X, que só acontece quando os amigos intercedem junto dos pais médicos e depois de as amigas falarem com as irmãs enfermeiras. Mesmo assim, durante as cinco horas seguintes, não houve gelo nem otorrino que lhe valesse. Foi para casa de nariz partido e com a nítida sensação de que lhe tinha passado um camião por cima. E ainda com a certeza de que a cunha é terrivelmente perversa neste país.
A solução será fecundar todas as mulheres com bebés geneticamente modificados até se tornarem verdadeiros génios medicinais e, assim, haver sempre um elemento do agregado familiar a trabalhar no sistema de saúde público.

Another day, another way

For me to open up to you :)
Ahhhh, que já cheira a Verão!



Jamie Lidell - Another Day

Because every human is but a frightened rabbit.

A minha pastilha é melhor que a tua

Longe vão os tempos da pastilha Gorila gorda e sensaborona ou da modernaça Bubblelicious que exibíamos no recreio da escola. Hoje, tornámo-nos (uma espécie de) adultos que vibram quando vêem novas marcas de pastilha elástica nas bancas: “Hum, chiclete de gengibre com frutos do bosque japonês delicadamente recheados com licor de marmelo? E só custam 2 euros. Que regalo”. Depois, oferecemo-las aos nossos amigos, orgulhosos por estarmos muito actualizados no campo da pastilha elástica, compensando lacunas como desconhecermos o nome do opositor de Robert Mugabe nas eleições do Zimbabwe.
Estamos no século XXI e a pastilha elástica é o nosso novo objecto de ostentação. (Mas eu quero voltar a competir com kispos da Duffy e ténis All Star).

Twingo Killed the Radio Star

Ando a protelar a compra de um popó novo há meses (anos, talvez), sempre com a desculpa de que não encontro nenhum carro pelo qual me apaixone. Eu sei: it’s only a car, não é propriamente um teste de personalidade, como os anúncios nos fazem crer. Mas, agora mais que nunca, a decisão urge, porque o meu mundo deixou de fazer sentido: o rádio do carro avariou. (A solução perfeita seria alguém querer trocar o meu Twingo por uma pão-de-forma com iPod e torradeira incorporados).

Estoy Embarazada - Versão Portuguesa

Numa das maravilhosas roadtrips da hora de almoço, falava-se de momentos embaraçosos das nossas vidas e veio à baila o recente episódio do copo (parti-o em mil pedacinhos num restaurante nepalês, desculpando-me com o argumento “a cerveja tinha pouco gás”). Ainda assim, lamentei não me conseguir recordar, naquele momento, de outras histórias indecorosas deste género. Porque são muitas.
Como há alguém neste mundo que não quer que me falte nada, só tive que esperar pelo final de tarde para ser brindada com mais um instante de vergonha. [Som de tempestade] Era um dia tenebroso de Inverno – perdão, de Primavera – e a menina corria para a paragem de autocarro, chapinhando pela estrada fora, na peugada do maximbombo que estava prestes a arrancar. Ora, como chovia a cântaros, o saco de papel que transportava os seus haveres rompeu-se, deixando o seu querido livro estendido numa magnífica poça de água. Nada de grave – pelo menos estava quentinha no autocarro. Mas eis que, do mesmo saco remendado, resvala uma tupperware vazia, que se aloja no emaranhado de pernas dos utentes da Carris. Quando a menina se agacha para apanhar a caixa, o condutor faz uma travagem estratégica que a empurra, de cabeça, na direcção da zona pélvica de um senhor, não fosse a sua esposa estar atenta e agarrar a rapariga nervosamente, cedendo-lhe um lugar sentado, num gesto mais ameaçador do que solidário.
Ah, assim contado na 3ª pessoa não soa tão mau! Agora é a vossa vez! Oh, vá lá.

Bate o pé, parte o copo. Vai, vai.

Se ainda precisava de mais motivos para não existir futebol no meu planeta…

…eis que durmo ao lado do homem mais bonito do meu planeta e ele acorda a meio da noite a gritar pelo Benfica. Pesadelos, é que o futebol inflige em crianças de 3 anos.
Não bastando a noite mal dormida, ainda fui despertada às 7 da manhã para ver desenhos-animados do patinho feio. Será que fui o Luisão numa vida passada e agora estou a pagar karma? [Porque «o Luisão também é um ser humano»].

* Aviso * Post lamechas

Custa sair de casa àquela hora, mas quando ouvimos a musiquinha que acabámos de escolher em cima do joelho, as noites tornam-se – arrisco dizê-lo – imortais para estas duas melhores amigas. Daqui a uns anos valentes, vamos ouvir os Queijos e recordar-nos das tolices que dizíamos, dos enganos e, sobretudo, das gargalhadas. Este é pra ti, Gammita! E, olha, olha, obrigada pela entrevista aos National! :)

= Não sei já vos avisei das doses de sentimentalismo extremo que às vezes me assolam. Hey, preferem que chafurde num pântano de auto-comiseração ou que desate aos abracinhos melados? Eu sabia - obrigada, amigos! Vou esfregar-me na lama, sendo assim. =

How I Miss Travelling - II

Sabores de infância – II

As azedas, vindas de solos pouco asseadinhos, eram o aperitivo para o jantar quando passávamos tardes a simular os Jogos Sem Fronteiras ou a brincar às loicinhas no parque em frente a casa. Curiosamente, nessa altura, cozinhar era muito mais fácil do que hoje em dia. Se calhar é porque, na vida real, os bolinhos de terra não vão ao forno.

How I Miss Travelling - I

Querem ver como há mesmo ver um lado bom em tudo?

Sim, a vida corre bem. Fiz uma transferência no Multibanco e deixei o cartão dentro da máquina, só para ele não apanhar frio, porque a gente bem sabe o que este tempo incerto faz aos pobrezinhos cartões de plástico. É por isso que o meu outro cartão, o suplente de um banco rival, também não se quis incomodar – estava tão quentinho na minha carteira que desmagnetizou. Ah, mas a Caixa tem as meninas cadernetas, as lampeiras – tão atrevidas que até fizeram a dona esquecer-se do código… e não é que é preciso os gerentes estarem presentes na respectiva instituição bancária para me darem um código novo? Quem diria, ele há coisas. Os gerentes que fiquem sossegadinhos em suas casas, que ganham bem para isso mesmo. Bom, felizmente ainda tenho este pezinho de meia para sobreviver até chegar o cartão novo. Ah, não tenho? Então, não te importas… eu devolvo…não sei bem quando. Não, não é preciso muito. Bem, então vou sair do trabalho e ver com o que é que universo decidiu abençoar-nos hoje! Ah, um temporal maravilhoso que vai dar cabo de toda a polinização. Que bom, e até já estou encharcada até aos pés, com um guarda-chuva partido e sem dinheiro para apanhar um táxi. AHA, mas pelo menos não vou ter alergias!

I wonder.

Deixei de roer as unhas. Em compensação, ontem à noite dei cabo de uma lata de leite condensado cozido enquanto escrevia. Começo a pensar se não será melhor ter as mãos cheias de micoses.

Sabores de Infância - I

Gostas de amoras?
Vou dizer ao teu pai que já namoras!
Lembras-te de quando apanhávamos amoras nas traseiras da Quinta da Vinha da Casa, naquele mato que tu pegaste fogo por apagares mal um dos teus primeiros cigarros?
Em 2008, as amoras apanham-se no sítio do costume, numa caixinha de plástico que eu e a Lia Pereira desbravámos ontem à noite, durante o Queijo. E sem incêndios. :) Nham!

Adeus, Espírito Pascal

Como é que podemos levar a sério a mini-série “Jesus” quando o Livius (amiguinho romano do Pôncio Pilatos) é interpretado pelo Captain Harris da “Academia de Polícia”?
Assim fico sempre à espera de ver o Mahoney entrar a assapar por Jerusalém para fazer uma rusga no Blue Oyster Club e apanhar o Judas a gamar 30 moedas de prata da caixa registadora.

Ghost – O Espírito do Gravador

Tenho um gravador de voz possuído por um espírito galhofeiro, doutorado em Sustos Comparativos e Ataques Cardíacos pela FNP – Faculdade das Almas Penadas.
Demasiadas vezes, este fiel gravador – travado no modo “hold” e guardado no móvel da aparelhagem do meu quarto – desata a apitar como um carro ambulatório, sem motivo aparente. A única forma de parar esta perturbadora sirene é carregando no botão “play” que, por sua vez, faz soar não a última faixa memorizada, mas sim uma gravação brincalhona com amigos, que começa com a frase: “É melhor deixar a gravar, nunca se sabe”.
Demasiadas vezes, ignorei a mensagem que o meu gravador espírita-intelectual queria passar, até que, ontem, ganhei coragem e ouvi todas as faixas guardadas nesta caixinha de som. A maioria datava de uma passagem de ano remota, revelando as resoluções para o ano de 2007, formuladas durante um embriagante jantar à luz de Paris. Dos sete amigos, nenhum destoou nos pedidos: amor, saúde, trabalho, com algumas variações mais específicas relativas aos alvos de afeição. E é interessante fazer-se esta retrospectiva forçada daquilo que tanto queríamos e que tão naturalmente deixámos de desejar, daquilo que nos parecia inalcançável e que se afigurou espontâneo, e daquilo que crescemos.
O que me leva a perguntar: ainda se lembram dos vossos desejos de Ano Novo?

Quando for grande, quero cantar como a Etta James

Bem-vindo ao Consultório do Dr. Cinema

Então vamos lá subscrever umas deixas cinematográficas. Primeiro, respire profundamente 7 vezes. Agora deite a cabeça para trás e imagine o sol incendiando a sua pele.

Saraband: «Sou terrivelmente ingénua e armada em sabichona».
Into The Wild: «A essência do espírito humano vem das novas experiências».

Juno:
Juno MacGuff: I'm losing my faith in humanity.
Mac MacGuff: Think you can narrow it down for me? (…)
Juno MacGuff: I just need to know if it's possible for two people to stay happy together forever, or at least for a few years.
Mac MacGuff: It's not easy, that's for sure. Now, I may not have the best track record in the world, but I have been with your stepmother for 10 years now and I'm proud to say that we're very happy. In my opinion, the best thing you can do is find a person who loves you for exactly what you are. Good mood, bad mood, ugly, pretty, handsome, what have you, the right person will still think the sun shines out your ass. That's the kind of person that's worth sticking with.

Porque o sol brilha no traseiro de todos nós.

As SMS’s que se seguem ocorreram no passado dia 22 de Fevereiro

Tenho a certeza que já vos aconteceu algo deste género:

Nº DESCONHECIDO: Olá
EU: Olá?
Nº DESCONHECIDO: Sim, quem és?
EU: Isso pergunto eu. Ou será que te liguei sem querer?
Nº DESCONHECIDO: Tinha aqui um aviso de contacto teu, quem és?
EU: Dificilmente terei sido eu. O registo nada acusa.
Nº DESCONHECIDO: E não vais dizer quem és?
EU: Não vejo o propósito. Claramente és um desconhecido a tentar encetar conversa com outro desconhecido.
Nº DESCONHECIDO: Andas na branca, 'tá visto.

Pronto, venci-o pelo cansaço.

Loose Ends

O que têm em comum a Billie Holiday, a Nina Simone, a Elis Regina e a Amy Winehouse? São todas (ou eram) umas valentes drogadas… e serão todas imortalizadas na categoria “cantoras do camandro”. A droga até pode destruir neurónios, mas suspeito que também faça maravilhas às cordas vocais e, consequentemente, ao coração de quem as ouve trabalhar.

Speaking of which… I have my heart where my mouth is. O que preciso de fazer para tornar esta língua de trapo inconsequente num belíssimo napperon de croché, com umas quantas pontas soltas desvairadas?

Sou tão escuteira mirim – ou como diz o tio João Pedro, tão Teletubbie – que chego a irritar-me a mim própria. Vou ali incendiar a minha casa da árvore para provar que sou bera.

Mas, estranha porquê?

Por dissertar sobre queijos, elefantes, cavalos e capas da “Anita” com a grande amiga Lia? Por sacar os “21 Grandes Sucessos” da Turma do Balão Mágico? Por juntar sapateado e criminalística (é diferente de criminologia) na mesma agenda de actividades? Não, desta vez é porque comprei estas pérolas perfeitamente desnecessárias na Tom Tom Shop:










E continuo a sentir-me estranhamente bem.

For You a Thousand Times Over

I wonder if that was how forgiveness budded, not with the fanfare of epiphany but with pain gathering its things, packing up, and slipping away unannounced in the middle of the night.
"The Kite Runner", Khaled Hosseini

Se o filme for tão bom como o livro (armada em pedante, hein?), lá teremos que ver "O Menino de Cabul" no dia 14 de Fevereiro. Ahhh, as bombas, os talibãs e os enamorados mastigando pipocas no escurinho do cinema.

Eu toco ferrinhos e 'tou na capa da Rolling Stone

Descaradamente imitando o grande amigo João.


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(Mais) Dez Razões Para Votar no Barack Obama

Ana, you are Balanced-brained

Diz este teste online - e eu acredito!

Até porque eles sabem-na toda: "While many people have clearly dominant left- or right-brained tendencies, you are able to draw on skills from both hemispheres of your brain. This rare combination makes you a very creative and flexible thinker."

E depois, há a parte má: "The down side to being balanced-brained is that you may sometimes feel paralyzed by indecision when the two hemispheres of your brain are competing to solve a problem in their own unique ways."

Indecisa, eu? Nã!

Isto sim, é Carnaval

Ainda estou a recompor-me de ter visto, na noite de Carnaval, José Cid mascarado de Lawrence da Arábia num pavilhão municipal de Loulé. It gets better: o concerto calhou no dia em que El Cid completou 66 primaveras, pelo que, para comemorar o seu aniversário, o artista brindou-nos com a raridade ‘A Pouco e Pouco’ (célebre pelo verso "faz-me favas com chouriço, o meu prato favorito"). Tudo isto perante uma plateia mutli-etária, composta por crocodilos, noivas, shreks, diabinhos e ciganos vendendo DVD's e Rolex.
Mais surreal do que isto só mesmo o grupo de baile que a seguir subiu ao palco, fazendo uso da música do genérico do “Big Show Sic” para esta entrada fulgurante: «O Carnaval está no ar, e o baile já está a começar».

You Do It To Yourself

Porque há dias que só nos apetece deitar no meio do chão e esperar pelo atropelamento.

Radiohead - Just



Alguém consegue ler os lábios? Esperem até ao final do vídeo.

Adenda: Eu não quero que me atropelem – a não ser que seja com um camião feito de chocolate e com manípulos de framboesas. Quero, isso sim, que me digam se os Radiohead vêm ou não a Portugal este ano. E quero também que o senhor Mark Ronson, que até fez uma versão bem catita deste ‘Just’, vá visitar-me lá a casa de vez em quando.

E que ninguém leve a mal!

Não gosta de Carnaval? OK, está no seu direito. Mas este samba é do Chico Buarque.



E o que eu apreciei tê-lo ali tão pertinho no Coliseu dos Recreios.
Chico Buarque, o futuro pai dos meus... erm... netos?

O Meu Anjinho-Velho-do-Restelo

Toda a gente tem os seus anjinhos bons e maus, batalhando entre si nos cantinhos bafientos do nosso bom-senso. Às vezes, na Rua dos Sentimentos Medricas do nosso cérebro, encontramos também o Anjinho-Velho-do-Restelo, o eterno pessimista precavido contra todos os males que, no meu caso, é personificado pelo meu pai.
O que não falta a qualquer pai são sábios alertas de como o mundo é uma esfera escorregadia controlada por lobos na pele de humanos. E a lista de perigos é exaustiva porque, além dos cataclismos incontroláveis da natureza que podem atingir-nos a qualquer momento, há que ter em consideração, por exemplo, que o pneu é um objecto frágil que pode furar-se a qualquer instante, e por isso não devemos andar de carro sozinhos – nem tão pouco apanhar um táxi, porque toda a gente sabe que, perante uma mulher sozinha, um taxista pode sucumbir a pensamentos matreiros. Basicamente, num cenário ideal, eu não precisaria de sair de casa para viver.
Ora, a prova de que nem toda a cautela do mundo é suficiente para impermeabilizar o casulo da inocência é que, na semana passada, num autocarro para Benfica em plena hora de ponta, um jovem amigo de estupefacientes sentou-se à minha frente, colocou a mão no bolso das calças e começou a agitar a mão freneticamente. Estaria com comichão? Preferi não perguntar. Mergulhei a cabeça no livro, mas ainda consegui vê-lo sacar a ponta e mola para arranjar as unhas. AHA! Não me tinhas avisado desta, papá.

Stop making excuses.

O que é mais grave?

1) O mano achar que o novo suspeito no caso M-a-d-d-i-e (assim a PJ não vem aqui espreitar), cujo retrato a carvão está espalhado pelos jornais de todo o mundo, está na realidade escondido no vídeo-clip de ‘Take On Me’, dos A-ha?
2) A mana cantar, em resposta, “Taaakeeee oooonnnnnn Maaadddiiieeeee”?
3) O suspeito ter sido visto três vezes na zona da Praia da Luz, uma das quais a olhar “de forma suspeita” para um grupo de crianças?

É que se for a última hipótese, eu e o meu instinto maternal estamos lixados.

I Spit on You!

Sempre consegui desonrar tanto fumadores, como não-fumadores. Quando era adepta da seita “vamos-esperar-7-segundos-para-que-a-nicotina-chegue-ao-cérebro”, ficava irritada por sentir o organismo realmente dependente e, por isso, abandonava o vício. E assim fui parando e recomeçando a fumar, ano após ano, mais ou menos desde que entrei para a faculdade.
Em 2007, decidi repudiar de vez esse pequeno cilindro demoníaco. I spit on you, disse-lhe eu. Em parte, porque andava a expelir quantidades extraordinárias de muco, que não era mais bem-vindo nas minhas membranas desde que o petróleo começou a oleá-las ele próprio.
Então, porque é que agora (agora que é AINDA MAIS proibido fumar; agora que os trabalhadores são escorraçados das empresas para matar o bicho; agora que todos os bares e restaurantes têm espiões à coca para colarem multas nas testas dos transgressores), porque é que AGORA é que tenho vontade de fumar outra vez? Amordacem-me e encham-me as gavetas com cigarrinhos de chocolate, por favor.

Runs in the Family

- Característica que distingue as mulheres da família: chorarem quando morre a aranha no filme “A Teia de Carlota”.
- Característica que divide os elementos de ambos os géneros: as posições políticas e a dicotomia “tu és muito verdinha e sonhadora” / “tu estás endurecido pelo tempo”.
- Maior qualidade: as doses industriais de amor e alegria.
- Maior defeito: a dependência que todo este mimo causa.

Apercebi-me que faço a mesma viagem quinzenal há 10 anos, sempre que vou aquecer a alma junto da minha (igualmente lamechas) família. Feitas as contas por alto, calculo que já completei o trajecto Lisboa-Algarve-Lisboa mais de 400 vezes. Gostava que esta neverending story tivesse um Falkor bem mais veloz do que o comboio da CP.

80's German Light Show!

Dá-lhe, Conan!
Or, should I say, Ruby? ;)

Mais um dia em vão no jogo em que ninguém ganhou

OK, eu sei que fiquei mal impressionada quando ouvi o senhor Tiago Bettencourt referir-se a si próprio como António de Oliveira Salazar, no breve momento de hesitação de uma promotora que tentava, ingloriamente, acertar no nome do ex-Toranja. Mas vou acreditar que tudo não passou de uma pequena barbaridade inocente – e quem não as diz, que atire a primeira toranja. Por isso, o meu primeiro passo no programa de recuperação “Não misture alhos com bugalhos”, é confessar que ‘O Jogo’ é uma grande canção, ajudada por uma letra deliciosa e com o cunho do produtor dos Arcade Fire.



Já chega de jogo, boa? «Vem, que nem o último a cair vai perder».

Nobody expects the... portuguese inquisition

Um dia, alguém fará pesquisa no Google por “Terry Jones” e vem parar a este blog, apenas para descobrir a seguinte inutilidade: o ex-Monty Python aprendeu a dizer “dois imperial” enquanto esteve a viver em Lisboa, durante quase dois meses, para encenar uma peça no Teatro São Luiz.
É preciso dizer que, além de brilhante, Terry Jones é um amor. E o maior gesto de “eu-sou-só-humano-como-vocês” foi quando ele nos pediu dicas e críticas, no intervalo do ensaio de imprensa de “Evil Machines”. Ok, eu até esperava mais desta ópera sobre máquinas que ganham vida e querem dar cabo da humanidade… mas afundei-me na cadeira e fiquei caladinha, que o respeito é bem bonito.
E o respeito também se deve a isto: “I just write what I like. And I seem to be on the level with most kids”, disse Terry Jones, divertido, durante a entrevista que fiz a meias com a amiga Sus. Despedimo-nos, pedindo-lhe encarecidamente para ficar a viver connosco em Portugal. Ainda assim, acobardámo-nos quando chegou a hora de pedi-lo em casamento.

Rufus Wainwright – Rules and Regulations

É uma das minhas preferidas do mais recente álbum “Release The Stars” e remete-me para um imaginário infantil que inclui passarinhos e abelhas a jogarem à apanhada num campo de flores. O realizador viu a coisa de outra forma e meteu uma cambada de homens de bigode e ceroulas nesta sugestiva coreografia:



O senhor Rufus é também responsável por um dos melhores concertos de 2007, no Coliseu dos Recreios. Já agora, como dificilmente recordarei metade destes concertos em 2018, fica registado que, no ano transacto, apreciei muuuuiiitoooo os !!! (Chk Chk Chk) no Coliseu, The National no Sudoeste, Patrick Wolf no Lux e no Sudoeste (porque ele se despiu neste 2º concerto), Andrew Bird no São Jorge, Beastie Boys no Alive, LCD Soundsystem, Arcade Fire, The Gossip e Maximo Park no Super Bock… e ainda os Clã na Aula Magna. Houve mais, mas estes foram os que me deixaram com um sorriso de orelha a orelha.

Sei o que fizeste na noite passada

Desde criança que quero um avião, um cavalo e um telescópio. Na falta de um aeroporto em Benfica – para quando um estudo do governo? – e de uma cavalariça no quintal lá do prédio, a minha mana do coração ofereceu-me um telescópio xpto pelo Natal. Ora, estamos em Janeiro e eu ainda não montei o bicho, porque fico cansada só de olhar para as dezenas de peças e respectivas instruções. So when will I finally be like Grace Kelly? (para associar ao filme do Hitchcock e não à canção do Mika).
Aproveito, entretanto, para avisar os vizinhos abrangidos pelo ângulo de visão da janela do meu quarto que vão começar a receber cartinhas anónimas nas suas caixas de correio.

Como os saldos podem distorcer personalidades

Não basta perdermos tempo e paciência a vasculhar lojas temporariamente transformadas em feiras da ladra, como ainda sentimos a nossa identidade posta em causa quando somos seduzidos por peças de vestuário que sabemos que nunca iremos vestir: “Ah, olha este vestido tão baratinho. Com estas lantejoulas, já poderei fazer de bola de espelhos na festa de amanhã”. Maldito sejas, casaco de peles, por seres uma pechincha ainda mais irresistível do que o urso que está à porta da Natura. Humpf. Os saldos transportam-nos, literalmente, de volta à idade do armário.

A Melhor Forma de Desejar Feliz Ano Novo...

... é mostrando o David Letterman, de barba crescida, juntamente com os guionistas a troçarem das suas próprias reivindicações e o Robin Williams a disparar 20 piadas num minuto.



2 Janeiro 2008

Continuação da entrevista com o Robin, aqui.

Últimos Momentos Bizarros de 2007

O périplo de episódios bizarros da passada semana começa no Fórum Algarve. A missão: comprar bilhetes para o “Bee Movie” (mas a versão portuguesa, que eu levava crianças no regaço e o grande Markl é mel para os meus ouvidos).
- Boa tarde, senhora da bilheteira [pronto, fiquei-me pelo ‘boa tarde’]
- Boa tarde, menina dos óculos berrantes [esta última parte também inventei]
- São 7 bilhetes, por favor. 4 crianças e 3 adultos.
- Ah… E os adultos… são muito adultos?
- Errr… Como assim, muito adultos? Por acaso, eu sou um bocadinho infantil. Conta?
* Pausa incómoda. Eu rio-me. A minha irmã ri-se. A senhora da bilheteira tarda em reagir *
- Então eu faço-lhe preço de estudante.

Na véspera de Ano Novo, já de regresso a Lisboa com o meu doce Twingo renascido das cinzas, deparo-me com o seguinte aviso, num painel eléctrico, em plena A2 Sul: “Perigo: Animal a 1 Km”. E eu penso: “caraças, é desta que o Twingo morre mesmo no dorso de uma vaquinha”. Imaginei uma manada de bois atravessando a auto-estrada. Ou mamutes sobreviventes da Idade do Gelo preparando o dia do Juízo Final. O ritmo do coração acelera, o Twingo abranda, eu aconchego os óculos à cana do nariz e eis que surge, na berma da auto-estrada, um pequenito rafeiro, abanando a cauda de felicidade por pregar sustos de morte a totós como eu.

Continuamos na noite da passagem de ano. Fim de tarde, vá. Pouso a tralha em Benfica e apanho um táxi para a casa de Susy Paula, de modo a poder enfrascar-me sem remorsos na última refeição do ano.Ao fim de 10 minutos agarrada ao telemóvel, alertando para o meu atraso (como se fosse preciso avisar, não é, amigos?), enceto a seguinte conversa de circunstância: “Então estamos quase a chegar a 2008, hein?”. E o taxista, satisfeito, explica-me todos os pormenores sobre o dia em que Deus vai descer à terra. Aí sim, começará um novo ano. Uma nova era. “Porque está quase a chegar o novo presidente do Planeta Terra”. E eu contenho o riso e pergunto: “Mas… presidente, como?”. Ao que o taxista responde: “Então, quem é que você acha que vai mandar nisto quando for o Apocalipse?”. Vem-me à cabeça uma imagem do Robert Duvall em Saigão. Pois bem, qual é o resultado de tudo isto? Passo a noite a cantar “Amar como Jesus Amou”, com uma corneta nos beiços.