Numa das maravilhosas roadtrips da hora de almoço, falava-se de momentos embaraçosos das nossas vidas e veio à baila o recente episódio do copo (parti-o em mil pedacinhos num restaurante nepalês, desculpando-me com o argumento “a cerveja tinha pouco gás”). Ainda assim, lamentei não me conseguir recordar, naquele momento, de outras histórias indecorosas deste género. Porque são muitas.
Como há alguém neste mundo que não quer que me falte nada, só tive que esperar pelo final de tarde para ser brindada com mais um instante de vergonha. [Som de tempestade] Era um dia tenebroso de Inverno – perdão, de Primavera – e a menina corria para a paragem de autocarro, chapinhando pela estrada fora, na peugada do maximbombo que estava prestes a arrancar. Ora, como chovia a cântaros, o saco de papel que transportava os seus haveres rompeu-se, deixando o seu querido livro estendido numa magnífica poça de água. Nada de grave – pelo menos estava quentinha no autocarro. Mas eis que, do mesmo saco remendado, resvala uma tupperware vazia, que se aloja no emaranhado de pernas dos utentes da Carris. Quando a menina se agacha para apanhar a caixa, o condutor faz uma travagem estratégica que a empurra, de cabeça, na direcção da zona pélvica de um senhor, não fosse a sua esposa estar atenta e agarrar a rapariga nervosamente, cedendo-lhe um lugar sentado, num gesto mais ameaçador do que solidário.
Como há alguém neste mundo que não quer que me falte nada, só tive que esperar pelo final de tarde para ser brindada com mais um instante de vergonha. [Som de tempestade] Era um dia tenebroso de Inverno – perdão, de Primavera – e a menina corria para a paragem de autocarro, chapinhando pela estrada fora, na peugada do maximbombo que estava prestes a arrancar. Ora, como chovia a cântaros, o saco de papel que transportava os seus haveres rompeu-se, deixando o seu querido livro estendido numa magnífica poça de água. Nada de grave – pelo menos estava quentinha no autocarro. Mas eis que, do mesmo saco remendado, resvala uma tupperware vazia, que se aloja no emaranhado de pernas dos utentes da Carris. Quando a menina se agacha para apanhar a caixa, o condutor faz uma travagem estratégica que a empurra, de cabeça, na direcção da zona pélvica de um senhor, não fosse a sua esposa estar atenta e agarrar a rapariga nervosamente, cedendo-lhe um lugar sentado, num gesto mais ameaçador do que solidário.
Ah, assim contado na 3ª pessoa não soa tão mau! Agora é a vossa vez! Oh, vá lá.
5 Ópinanços. Com ó.:
Uma vez tava no bingo e gritei linha para espanto de toda a sala que esperava um bingo a qualquer altura... senti-me tão pequenino!
Parece que fazemos vergonha em harmonia! Pois que na quinta feira fui visitar meu pai de comboio. Como tenho a bexiga do tamanho de uma lentilha assim que as paisagens melodicas da Escocia apareceram na janela eis que vou a toilet. No shake shake a tentar levantar as calçoilas perco o equilibrio e bato com a bunda no botão que abre a porta. Agora imagina aquela porta enorme feita especialmente para cadeiras de roda e meninas atrapalhadas com a calcinha na mão abrindo-se e eu a tentar respirar e fechar a porta ao mesmo tempo, repetidamente apertando o botão, assim mantendo a porta escancarada sem mover-se... Do I take the cake or what??
Momento embaraçoso #1 - Primeiro dia de trabalho de toda a minha vida, nos idos de 1999. Chego à sala onde estavam sentados os meus novos companheiros de labuta e quando me preparo para gentilmente desejar os bons dias, enfio o pé dentro de um caixote do lixo e espeto-me no chão.
Momento embaraçoso #2 - Durante o coffee break de um seminário vejo caminhar na minha direcção uma amiga minha (que organizava o evento), que trazia atrelado um eminente sociólogo da nossa praça. Percebi a léguas que ela mo queria apresentar. Como tinha enfiado na boca, no segundo anterior, um daqueles caramelos que se colam aos dentes, achei que seria indelicado cumprimentá-lo com uma pasta castanha agarrada aos incisivos. Vai daí, viro-me de soslaio, meto os dedos à boca e, discretamente, saco do caramelo e meto-o na mão direita. Acto contínuo, alcançam-me a minha amiga e o sr. professor que, desgraçadamente, na terra dos beijinhos, me estende a mão...
Como espreito aqui a tua vida sem dar nada em troca, achei de bom tom este exercício de reciprocidade. Gosto do teu blog.
Ass: SR (fotoesfera.blogspot.com)
lol
Adoro todas elas! :)
Muito e muito obrigada.
A prima ariante leva o cake, com toda a certeza! :)
Mas tenho que acrescentar o seguinte: lembram-se do tal homem das partes pélvicas e sua mulher? Continuo a encontrá-los no autocarro diariamente. Medo!!!
Nice blog. Thats all.
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