O Indie Lisboa está a ser um autêntico boletim do totobola. Dos três filmes que vi, foi o "1 Xis 2" : um ganhou, um perdeu e o outro empatou.
O que ganhou: "A Scanner Darkly", muito falado pela originalidade do grafismo (as personagens "abonecadas" em cenários reais - o melhor exemplo que consigo dar é o teledisco do 'Take On Me', dos Aha). A história alucinada de vícios e desequilíbrios é baseada no brilhante livro do Philip K. Dick. O filme é um poucochito previsível, mas com um ambiente paranóico irresistível. Depois de ter estado no arranque do festival, na 5ª feira passada, "O Homem Duplo" (em português) vai directamente para DVD sem passar pela sala da partida.
O que perdeu: O novo do François Ozon, "Angel", que me provocou náuseas cerebrais. Descrevo-o como "E Tudo o Vento Levou" versão Disney. A protagonista é uma espécie de anti-heroína que apetece espancar do princípio ao fim (o que até é divertido), mas o filme está cheio de clichés e de personagens mal construídas. Fiquei abalada quando fui espreitar na tômbola dos votos e vi muitos 4 e 5. Eu tinha gostado do "Les Temps qui Rest" mas fiquei mto decepcionada com este.
O que empatou: Outro filme francês (tenho que me deixar disto), desta vez com uma história interessante, mas tãooooo lentinhooooo. Chama-se "Le Dernier des Fous" e tem um miúdo encantador de 10 anitos que cresce no seio de uma família louca - a mãe é uma psicótica-Júlio-de Matos-style que não sai do quarto, o irmão é um homossexual frustrado porque o namorado vai casar com uma mulher, o pai é ausente e transtornado pela doença da mãe. O problema é que o guião do filme não deve passar das 20 páginas (o resto são planos da casa, do cão, do ancinho, da avó, do celeiro, etc). Comparado com este filme, o "Climas" é de uma velocidade estonteante.
E porque é que, tendo em cartaz 200 e tal filmes, não escolho melhor a porra das longas-metragens que vou ver? Sou uma aprendiz de índia.
Foi tudo ontem.
Há 5 anos
0 Ópinanços. Com ó.:
Enviar um comentário