A música de que gostamos diz muito sobre nós e o mesmo se aplica às lojas de roupa. Quando se entra numa Promod e começa a dar a ‘Treehouse’ dos suecos I’m From Barcelona, o cérebro entende as notas musicais como “esta roupa é leve e jubilosa, comprai-a aos magotes”. E o triste é que se despende de mais dinheiro do que o previsto, mesmo depois de a funcionária esclarecer que a jovial banda somos-todos-amigos-apesar-de-sermos-29-elementos só está a passar na loja porque "são CD’s que recebemos da Promod internacional, nem sei que música é esta".
Reiterando a ideia de que as lojas também têm personalidade, este fim-de-semana tive a prova de que a Bershka é perfeitamente esquizofrénica. Ora, estou eu a escolher tops a 3,99 euros e está o Ne-Yo a cantar o seu ‘Sexy Love’, ou seja, o R&B adolescente que se quer. Mas eis senão quando começa a dar Morrissey. ‘You have killed me, you have killed me’, ouço o ex-líder dos Smiths cantar, enquanto deixo cair as peças que tinha para experimentar e cantarolo alegremente, já disposta a comprar metade da loja. A alegria durou pouco, porém, já que 30 segundos depois a música estava fora do ar para dar lugar à Janet Jackson. Imaginei, no interior da loja, um senhor ralhando com uma miúda de pastilha elástica azul e crista amarela: "Mas o que é isso - queres que os adolescentes entrem em depressão e mudem de orientação sexual? Mete lá a Janet, que ao menos mostra a mama no Super Bowl".
Foi tudo ontem.
Há 5 anos
2 Ópinanços. Com ó.:
Muita engraçada a tua forma de escrever ;)
Gostei!
Bj
Obrigada, amiga Susana :)
beijos, bués
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