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Quando quiserem torturar alguém, eis a receita ideal

Alimentem a vítima com fruta ainda revestida de insecticidas e produtos químicos. Privem-na, depois, de jantar e encarcerem-na no “Inland Empire” de David Lynch durante 3 horas. Tudo isto sem vislumbre, sequer, de pipocas (inexistentes em cinemas onde a passagem do metro faz abanar a sala).
Se seguirem estes passos, o sofrimento provocado será duplo: o esforço mental para encaixar as peças do puzzle estará muito perto do dói-dói do estômago colado às costas.
Como vítima e ao mesmo tempo agressora, ressinto-me sobretudo dos neurónios, que mal dormiram de tanto tentarem encaixar coelhos, velhas e polacos. Gosto das charadas, mas temo que Lynch se torne um cineasta demasiado presunçoso para se aguentar 3 horas com 3 tramas alucinadas em simultâneo. Parece-me excessivo, embora aprecie a ginástica mental. Mas, porra, também não consigo odiar este império psicótico, porque lhe reconheço algum génio – odeio, isso sim, este limbo. Alguém me dê um lenço de seda e um cigarro para fugir a este universo paralelo.

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