Mais um dia a chegar a casa às ooh. Não, não foi o cursinho. Não, também não foi a dança. Ontem foi mesmo o Queijo. Lembrem-me para desligar de vez em quando, está bem? Mas, entretanto, ouçam o Boa Noite e um Queijo. ;)
Ao piano, meio escondido, o mestre Tom Jobim. E também Toquinho na guitarra, Miúcha na voz e o grande poeta Vinicius de Moraes, que entra dançando em palco. Ouvimos, primeiro, 'Samba pra Vinicius' (de Toquinho) e depois 'A Gente vai Levando' (composta pelo pai dos meus netos, Chico Buarque).
Do brilhantismo, passamos para o alcoolismo. Tom e Vinicius (dois amigos, dois irmãos), bêbados de casco, cantando 'Pela Luz dos Olhos Teus'.
Que o vosso amor «seja infinito enquanto dure», meus caros. (Percebem agora por é que ele se casou 9 vezes?)
Dizem que a melhor forma de testar uma história é contá-la a crianças. O que também é válido quando se tem um sobrinho hiperactivo de 2 anos e meio, que pula por cima de nós às 7h da manhã de um Sábado, com escassas horas dormidas, implorando por uma história enquanto vai arremessando para o chão, um a um, os livros que dormem na minha preciosa estante. Pois bem, ao mesmo tempo que fazemos uma tenda com os lençóis, começamos o conto (que se queria de embalar) com: “Era uma vez um cowboy do espaço que tinha uma plantação de figos num satélite de Júpiter”. E se, ainda assim, o sobrinho absorve as nossas palavras avidamente como se de um blockbuster se tratasse, é só porque a demência é genética. Depois, chegam os adultos e percebemos que esta coisa de estimular o hemisfério direito do cérebro faz-nos parecer imaturos. A prova: os olhares de soslaio do tio quando sugiro que os brindes para os convidados do seu casamento sejam saquinhos para o enjoo. É que o tema (!) do casamento era para ser viagens, catano.
Sonho com uma sociedade justa e solidária, sem fome nem guerra. Sem espirros nem gosma escorrendo pelo nariz. Sonho com o dia em que, depois da previsão do estado do tempo, os animadores de rádio possam anunciar a previsão dos níveis de pólen. Obrigada, Sr.ª Internet.
Porque: - a música, a letra e o vídeo são sublimes; - o Adrien Brody não fica nada atrás; - a Tori Amos é grande e tem novo álbum na calha (o novo vídeo também está catita, mas esta Fairytale supera tudo).
E se fizéssemos uma chamada para a Lia Pereira na Alemanha, em directo, durante o Boa Noite e um Queijo? Metíamos em alta voz e tal. Então Lia, tá tudo bem? Ok, vais entrar no ar dentro de 20 segundos.Aí está, Lia Pereira em directo no Queijo. Lia, como está a Alemanha? Lia? Lia? (Silêncio) Ficaste sem bateria, Ana.
Estou maravilhada com a imensa variedade dos amaciadores de roupa, porque vivo num universo paralelo onde os hábitos de consumo se resumem ao Minipreço, o estabelecimento mais perto de minha casa. Surpreendentemente, encontrei os amaciadores mais fascinantes de sempre num mini-mercado da margem sul, junto à minha antiga casa. Nas prateleiras do “Zé Neto” (assim se chama esta loja de bairro), travei conhecimento com o Quanto Ilhas Gregas, o Quanto Rosas de Verão, Quanto Colónia de Bebé e o Quanto Bons Sonhos. Invejosa por querer fazer o mesmo com o cheirinho a maresia do Algarve, pergunto então: como concentrar o odor de Ilhas Gregas e engarrafá-lo? Juntando senhores chamados Panathinaikos e Aiakopolos, cortadinhos às postas e embebidos em ouzo? E a Colónia de Bebé, será antes ou depois do bebé ter bolsado? Estes mestres do marketing conseguem, cada vez mais, impregnar personalidade aos produtos. E assim não há como não gostar deles. É que eu não quero um amaciador Ilhas Gregas, quero ir às Ilhas Gregas. Quero Verão. Quero um Bebé. E quero dormir bem e ter Bons Sonhos, de preferência com os duendes que estão dentro da máquina de lavar, fazendo festinhas à roupa para – lá está - amaciá-la.
…O importante é festejar o trabalho de amigos que cresceram ao nosso lado. Ouvir um sportinguista ferrenho gritar “golo do Benfica” numa emissora nacional, sabendo que esse mesmo sportinguista se trancou em casa da mãe depois da conquista do último título do Glorioso “só para não ouvir o barulho das buzinas”, enche-me de orgulho. Falamos do mesmo jovem que gostava que o Papa João Paulo II tivesse morrido por alturas da última vitória do campeonato do Benfica, “só para abafar um bocado a cena”. Assim dá gosto ouvir relatos! E ainda aprendi expressões como “pentear o esférico à baliza” ou o “corte in extremis”. Oh Happy Day.
Para ouvir aqui (XML) ou a modos que aqui (MP3). Com Modest Mouse, Of Montreal, os novos álbuns dos Polyphonic Spree e Editors, os National... enfim, só coisinhas boas. Alinhamento no blog do Boa Noite e um Queijo.
-“A Nucha é preta porque apanhou muito sol quando era bebé”. Era assim que eu defendia a minha vizinha de baixo. E não bastou o gozo dos miúdos da rua, como ainda me prestei a um atestado de parvoíce da minha mãe (daqueles com jeitinho) quando lhe contei, orgulhosa, o meu nobre gesto anti-racista.
- Três Asneiras Numa Só: “Masminhas” (referindo-me a uma cadela grávida de maminhas proeminentes), “Reflesco” (do espelho) e, a minha preferida, "Trisúltimo”. Para quê complicar? Antepenúltimo é para fraquinhos.
É tempo de colocar um código de conduta higiénica à entrada dos transportes públicos, com um alarme de incêndio para quem não tiver usado desodorizante. Vamos dizer “não!” ao suor das gentes que roçam todas as partes do corpo possíveis no passageiro mais próximo! Vamos aplaudir os corpos ensopados pelos jactos de água disparados pelo alarme, ameaçando estatelarem-se a qualquer instante!
Alimentem a vítima com fruta ainda revestida de insecticidas e produtos químicos. Privem-na, depois, de jantar e encarcerem-na no “Inland Empire” de David Lynch durante 3 horas. Tudo isto sem vislumbre, sequer, de pipocas (inexistentes em cinemas onde a passagem do metro faz abanar a sala). Se seguirem estes passos, o sofrimento provocado será duplo: o esforço mental para encaixar as peças do puzzle estará muito perto do dói-dói do estômago colado às costas. Como vítima e ao mesmo tempo agressora, ressinto-me sobretudo dos neurónios, que mal dormiram de tanto tentarem encaixar coelhos, velhas e polacos. Gosto das charadas, mas temo que Lynch se torne um cineasta demasiado presunçoso para se aguentar 3 horas com 3 tramas alucinadas em simultâneo. Parece-me excessivo, embora aprecie a ginástica mental. Mas, porra, também não consigo odiar este império psicótico, porque lhe reconheço algum génio – odeio, isso sim, este limbo. Alguém me dê um lenço de seda e um cigarro para fugir a este universo paralelo.
No Dia do Trabalhador, eu e D. Lia Pereira chegámos atrasadas e fizemos uma entrada a pés juntos, bem adequada ao jogo da Liga dos Campeões que monopolizou toda a nossa audiência (em vez de 6, houve 5 pessoas a ouvir-nos em directo). Ouvimos boa música e demos muita barraca, como de costume. E ainda fizemos uma introdução, tipo extras nos DVD's.