Ou como ludibriar o tédio num Intercidades:
- Concentrar-se na trepidação dos assentos e sentir o corpo deslizar pelos carris, agora transformados em escorregas de água com parques de areia cor-de-tijolo. Toda a linha férrea da CP é um gigantesco Waterworld.
- Fotografar o homenzinho coberto de pano, pulando de galho em galho à velocidade do comboio, e perdê-lo de vista quando este toma as rédeas do albatroz que segue o rastro da nuvem.
- Recortar do céu a bola-pôr-de-fogo e aconchegá-la aos pés para aquecer o que o ar condicionado enregelou. Fazer-lhe festinhas.
- Medir os reflexos no vidro, soprar e fazer bolhinhas com a boca; esquecer os pingos ácidos da urina que salpica a roupa com os balanços da retrete sem água potável.
- Amarrar ao pescoço o amor que foi até à plataforma, o sorriso endiabrado e o “eu ti amo” incorruptível.
Para mais maneiras de cozinhar um comboio, fique atento aos epílogos de fim-de-semana que vão deixando avaliar o tempo. :)
O meu irmão Nikita não voltará a Kharkiv.
Há 3 semanas
3 Ópinanços. Com ó.:
Lol... tudo menos literatura de esquerda. ;)
E gosta esta mulher de viajar!...
Eu por mim toda-a-santa-semana bazava. O tempo passa de maneira diferente ;)
Ah, os comboios! Ainda me hei-de dedicar a escrever sobre esse querido e romântico meio de transporte.
E querias tu fazer um inter-rail. Pouca terra :)
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