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Baba de caracol

À venda no balcão de uma parafarmácia, vários boiões de Baba de Caracol para a pele. Porque a baba de caracol tem retinol, um anti-envelhecimento, explicou a farmacêutica. Eu própria já usei escama de dragão como exfoliante e nunca mais quis outra coisa.

Like and Dislike, género Time Out

Adoramos: Dar por nós no meio de uma fila de carros que se dirige para um casamento e sermos os únicos maltrapilhos no meio de gente fina, aproveitando a abébia socialmente aceite de buzinar alegremente pela estrada fora, acordando os bebés na sesta e os homens muito pastelões que se refastelam no sofá a seguir ao almoço.

Odiamos: Homens que nos abordam de forma… como é que se diz… badalhoca ou descarada. Exemplo de piropo endereçado a uma jovem num bar de Edimburgo: “Can I stick my finger up your p*ssy?”. A classe! Também houve um jovem que, durante o refrão do “Summer of 69” do Bryan Adams – “oh when you held my hand, I knew that it was now or never” – espetou a sua manápula à minha frente e, vendo que não tinha resposta, gritou “hold my f*cking hand”. A delicadeza. Outro ainda: um rapaz (com 32 anos já teria idade para ter juízo), meteu conversa no Facebook (!) dizendo, no espaço de 5 minutos, que eu era a mulher da vida dele e que a avó dele era médium, por isso ele sabia dessas coisas. Felizmente, a minha fé na humanidade foi recuperada quando, algumas semanas depois, o mesmo rapaz voltou a meter conversa, dizendo “Olá, quem és tu? Porque é que me adicionaste?”. A lata, senhores – para não dizer, a amnésia! O que é feito dos homens à antigamente? Ah, ficaram todos a andar a cavalo e a dizer coisas muito nobres nos livros da Jane Austen.

Agora é a sua vez: partilhe aqui os seus gostos e desgostos! :)

A transformação

Algo me dizia que a minha sorte estava a mudar - começando pelo facto de ter reservado um carro de gama baixa para ir até ao Porto, e chegar-me às mãos um Mégane novinho em folha. Oh diacho, disse o meu grilo falante, acostumado ao desconforto de meu Twingo, enquanto a minha pessoa se digladiava com aquilo que pode ser considerado um verdadeiro veículo de seis velocidades e cartão a servir de ignição (que isso das chaves é uma chatice, nomeadamente nos detectores de metais dos aeroportos).

O encontro imediato com o camião dos "Transportes Presunção" na A1 Norte confirmou que vivíamos tempos de mudança, por isso decidi mergulhar no desconhecido: ouvi a Rádio Festival [destaco a recuperação de ‘Chamava-se Nini’], estive vai-não-vai para espreitar a Danceteria “O Outro Lado” e comi uma francesinha ao pequeno-almoço.

Chegada ao Porto, sou instalada no quarto 1313, no piso – adivinhe-se! – 13. A vida sorria, o sol brilhava e os óculos de sol continuavam na óptica (primeiro foi a armação que partiu, depois o novo óculo extraviou-se nos correios, depois foi a lente que se partiu ao colocar nas novas armações e, finalmente, os óculos “novos” tinham uma lente verde e outra castanha). Mas os grandes amigos estavam lá e a música animava todo o meu ser. Tanto que, mesmo com 2 horas de sono, pedalei até à lua como o E.T. no Bike Tour Porto.

É isso, Ana. Tudo se está a resolver. Agora dorme o sono dos justos, que a tua alma está em paz, sussurrava a vozinha do canal myzen Tv.

E eis que, naquela linda manhã, a transformação ocorre. A lagarta virou borboleta. A Fénix renasceu. FÓNIX. Mas o que é isto no meu lábio? Ah, que bicho tão fofinho que me deve ter mordido. É preciso injecção, doutora? Ora bolas. E comprimidos e isso? Pronto, pelo menos só serei Mulher-Elefante durante dois dias. E, como diz o Vasco, se me derem moeda, até toco o sino.

No palco da minha tragédia grega…

… vou sair de cena, de fininho, sem dramatizar. Levar a vida a rir, amada e amante, compreensiva, objectiva, empenhada e, sobretudo, grata, até pela resina que se cola ao meu vestido quando ando por aí a abraçar árvores feita hippie. Porque raio nos esquecemos de viver a vida pelos motivos certos?

[Agora deixem-me só ir ali bater num koala, para descarregar adrenalina]