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O Surrealismo

Passar a ponte de vidros abertos, com o boneco das bolachas Príncipe Estrela do tamanho de um menino de 8 anos a espreitar no banco de trás - os condutores do lado rindo-se de (e para) nós - podia ser o começo de uma sexta-feira como tantas outras. Seguiram-se balões, farturas, CD’s de música pimba, carrosséis, mantas polares bordadas com gigantescas imagens de cães, relógios de parede com retratos da Última Ceia, a banca das TeleRações (“levamos comida de cão a sua casa”) ao lado das sandes de leitão e ainda muito bailarico entre os fregueses do lar de Santa Marta de Corroios.
Um dia depois, a pandilha do costume decide travar amizade com um pato, em plena serra de Sintra, cenário onde também se teceram analogias puramente textuais entre fazer sexo e comer uma carcaça, à beira de uma lagoa resmengosa. Nessa mesma noite, prescindimos de um concerto de ska para formar, no bar do Coliseu, a devida claque a Portugal na dianteira da classificação no DançoVisão ou EuroDanção ou lá o que foi aquilo.
A terminar o fim-de-semana, e para atenuar os efeitos do concentrado de parvoíce, nada como um bocadinho de cultura-pelintra-porque-não-se-paga-entrada-nos-museus-aos-domingos-de-manhã, prestando a devida vénia ao Sr. Bosch, um surrealista muito à frente do seu tempo. Lá está, a analepse que, sem querer, serviu de mote a todo este surrealismo.

2 Ópinanços. Com ó.:

nuska disse...

Muito à frente o Sr. Bosch e as suas Tentações de Santo Antão, sem dúvida surrealistas.
Se fosse contemporâneo do Dali, uiuiui :)

Anne Martens disse...

Mas nada bate o tecto da ópera de Paris, hein amiga? Granda Chagall, camandro! :)