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Macaquinhos no Sótão

Imaginei-o bonacheirão e barbudo, com suspensórios de velcro e escadotes desmontáveis debaixo do braço. Mas eis que chega, escanzelado até no pedacinho de crânio destapado pelo boné da Super Bock. Traz consigo um espanador gigante de arame e não demora mais do que meia hora a destruir o meu imaginário infantil sobre uma das profissões mais antigas do mundo.
Afinal... qual é o limpa-chaminés que tem um toque de telemóvel do Noddy?
No fim do dia, a poeira assentou, mas a chaminé está mais conspurcada que nunca.

Pouca cabeça para escrever + trabalho a potes = usar canções para postar

Episódio 2345: Ah e tal, «não gostas de Muse». Mas hoje puseram-me isto cá dentro:

I'm sick of feeling my soul
To people who'll never know
Just how purposeless and empty they've - sorry, I've - grown
Because the language confuses
like computers refuse to understand how I'm feeling today.

Porque fico sempre embevecida com os casais de velhotes a dançar nas festas das terriolas

Richard Hawley - Baby, You're My Light



P.S. Este senhor que aparece a cantar não é o Richard Hawley, este é que é.

Made Up Love Song #44

Adoro quando andas descalça na rua; quando brincamos ao jogo do ‘vamos ver quem é mais louca’; quando testas os limites da minha parca paciência mesmo nos dias em que estou insuportável (sobretudo para mim própria); quando iluminas qualquer achaque de mente perturbada com um abraço quentinho, instruindo esta tua irmã sobre a importância da humildade.
E tu, pinchavelho. Adoro quando me acordas a tocar piano, às 8 da manhã, apesar de eu mal ter aquecido os lençóis. Ou quando contas a história do "era uma vez um dragão que se chamava... (pausa)...dragão".

I love you through sparks and shining dragons. I do.



Guillemots - Made Up Love Song #43

Espirrar até à metafísica

Obrigada, amigo Rui, por esta forma tão posh de dizer que estou ranhosa:

Tenho uma grande constipação,
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor!
0 que fui outrora foi um desejo; partiu se.
Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando,
Não estarei bem se não me deitar na cama
Nunca estive bem senão deitando me no universo.

Excusez un peu... Que grande constipação física!
Preciso de verdade e de aspirina.


Álvaro de Campos

You, Kant, Always Get What You Want

"Brilliant lecture on the aggressive influence of German philosophy on rock and roll":


Viva o John Cameron Mitchell, o brilhante realizador e protagonista deste "Hedwig - A Origem do Amor". Um bocadinho menos escandaloso que o "Shortbus", mas igualmente interessante. Estes diálogos são poesia.

Olá, eu sou a Ana e sou Chocoholic

Agora, sim, podemos voltar a prestar culto à Nossa Senhora do Glacé. Obrigada, amiga Susy. Entre a Marhsmallow Pizza e a Hubba-Bubba de Melancia, esta foi a minha souvenir preferida.
For Life’s Boo Boos.

(Ao pesquisar imagens para ilustrar este post, descobri que ChocAid é também uma loja online de chocolate que ajuda no combate à fome na Etiópia, Nigéria e Bangladesh. O método persuasivo da minha mãe para uma boa alimentação – “há crianças a morrer à fome na Etiópia” – ganhou, finalmente, um sentido prático).

Sou um Sacrifício Humano…

…para o mosquito Josué, cuja estatura equivale à de uma criança de 4 anos, e que há três noites converteu o meu quarto na sua Insectolândia. Imagino-o em loops na montanha-russa Bracinho Quer uma Trinca, ou em arranques de Fórmula 1 no meu ouvido, mas montado numa Famel Zundapp.
Dei-lhe nome para ser mais fácil de insultar.

O Surrealismo

Passar a ponte de vidros abertos, com o boneco das bolachas Príncipe Estrela do tamanho de um menino de 8 anos a espreitar no banco de trás - os condutores do lado rindo-se de (e para) nós - podia ser o começo de uma sexta-feira como tantas outras. Seguiram-se balões, farturas, CD’s de música pimba, carrosséis, mantas polares bordadas com gigantescas imagens de cães, relógios de parede com retratos da Última Ceia, a banca das TeleRações (“levamos comida de cão a sua casa”) ao lado das sandes de leitão e ainda muito bailarico entre os fregueses do lar de Santa Marta de Corroios.
Um dia depois, a pandilha do costume decide travar amizade com um pato, em plena serra de Sintra, cenário onde também se teceram analogias puramente textuais entre fazer sexo e comer uma carcaça, à beira de uma lagoa resmengosa. Nessa mesma noite, prescindimos de um concerto de ska para formar, no bar do Coliseu, a devida claque a Portugal na dianteira da classificação no DançoVisão ou EuroDanção ou lá o que foi aquilo.
A terminar o fim-de-semana, e para atenuar os efeitos do concentrado de parvoíce, nada como um bocadinho de cultura-pelintra-porque-não-se-paga-entrada-nos-museus-aos-domingos-de-manhã, prestando a devida vénia ao Sr. Bosch, um surrealista muito à frente do seu tempo. Lá está, a analepse que, sem querer, serviu de mote a todo este surrealismo.