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As desculpas

Não é novidade: os adultos são peritos em dar desculpas. Ou porque «estava a chover e apanhei trânsito», ou porque «tenho que acabar aqui umas alterações de última hora», ou porque «tenho uma micose que se expande por todo o organismo» (o que, nas míticas palavras de JC, se traduz por «tenho dores ao nível do corpo todo»).
Aos 4 anos – depois de tanto ouvir que é melhor comer tudo, senão vem o lobo, safado, esfrangalhar a sua merenda – Rafael também já se instruiu na arte das desculpas. Aqui há uns tempos, quando lhe contava uma história de embalar, o petiz interrompeu delicadamente a engrenagem do meu lado esquerdo do cérebro, sussurrando-me ao ouvido: «Acho que é melhor dormirmos senão vêm os monstros». Já este Domingo, deu por terminada a sua conversa telefónica com o David servindo-se da ardilosa frase: «Agora acho que estou a ficar surdo, não quero falar mais».

Love in da pub

Ontem vi a britcom mais hardcore de todos os tempos na TV 2. Chama-se “Katy Grande” e é tão badalhoca que, como diria D. Gamma, chega a dar a volta.

O horror de alguns sketches é superado pela paródia aos artistas da música, como os Ting Tings ou o Usher. Ora, tomem atenção a esta letra:

Quero muito, Senhor!

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Pessoa em Saturno

Sou fã do horóscopo do jornal Metro, escrito por uma senhora que raramente se rende à preguiça de traçar o nosso futuro com recurso a clichés. A bruxinha Vera Xavier dá-se mesmo ao trabalho de procurar citações interessantes para cada signo.

Ontem, no horóscopo dos Balança, estava Fernando Pessoa:

Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas,
que já têm a forma do nosso corpo,
e esquecer os nossos caminhos,
que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia:
e, se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre,
à margem de nós mesmos.

Estes palhaços não podem fazer piadas com bombinhas de mau cheiro…

… mas conseguem fazer rir no meio da fome e da guerra.

“Uma criança que perdeu tudo continua a ser uma criança. O pior é quando é a própria imaginação que desaparece. Quando se perdeu tudo, pode-se ainda sonhar, esperar; mas, e quando já não se pode imaginar?”

(Na minha cabeça vou cantando, à la Peter Gabriel, "clowns without frontiers, war without tears").