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Universo ao Meu Redor

Só mais um sentimentalismo :)

Quando comecei a aprender inglês na escola, quis ensinar a minha avó o maravilhoso poder da língua universal. Ela ria-se muito da ideia.
A minha mãe também se ria e explicava-me que não era possível, mas eu nunca percebi porquê. ‘Burro velho não aprende línguas’ não era explicação convincente para mim, até porque, até àquela altura, era eu quem aprendia com a minha avó o seu dialecto africano. [‘Chindere, neno lombongo genda co cinema’, era o que eu dizia ao meu pai quando queria dinheiro para ir ao cinema.]
Há uns dias, perguntei à minha avó o que é que ela ainda gostava de fazer na vida. É que, além de ter criado as netas, acabou por nunca se tornar enfermeira, nem viajar, nem ser independente. Ela respondeu o impensável: “Olha filha, gostava de aprender a mexer no computador”. Então, ontem à noite, antes que a avó regressasse ao Algarve e depois de me ter dado uma semana de mimos, liguei o portátil e, ao fim de cinco minutos de explicação, a minha avó exclamou, num misto de embaraço e de interesse: “Ah, afinal não é assim tão difícil”. E sorrimos as duas.

Ainda as formigas (só pra disfarçar a lamechice)

Lembro-me de ser pequenita e de brincar com as formigas debaixo da mesa da cozinha. E de fazer teleféricos, ligando os armários através de fios, nos quais os meus Pinipons passeavam a bordo de pequenos saleiros. Lembro-me de me isolar dos meninos, que podiam magoar o meu coraçãozinho hiper-sensível, preferindo ficar em casa a ler (a parte dos meninos mudou na adolescência).
Se não tivesse a família que tenho, incansável no seu amor e fé, ter-me-ia tornado um ratinho de biblioteca, um bichinho do mato. Não me canso de dizer que, para sermos felizes, só é preciso acreditarmos em nós. E por isso agradeço, uma vez mais, à minha família alargada - que hoje inclui os meus amigos e os meus mestres - por terem acreditado em mim primeiro do que eu própria. Amo-vos a todos e espero demonstrá-lo da maneira que melhor aquecer esses vossos doutos coraçõezinhos! :)

Vamos fechar o Tibete para obras

Fechar para remodelação. Quando voltarem, já não haverá tibetanos. Vai ficar tudo limpinho. 'Tá bem? Pronto.

* Prayers are upon you, Tibet *

A febre e a formiga

Haverá algo mais incomodativo do que acordarmos suados, com a boca seca e pastosa, a recordar a febre que nos embalou noite fora?
Penso que sim. Nomeadamente, uma dúzia de formigas vindas não sei de onde, a fazerem não sei o quê na bancada da cozinha.

Neuroses derretidas ao sol

Este sábado, acordei impaciente pela luz do sol, porque tudo parecia servir de empecilho entre mim e o iodo. Desde a roupa que precisava de ser estendida, à cama que tinha de ser sacudida e arrumada antes de sairmos de casa (caso contrário, os lençóis auto-destruir-se-iam à conta dos safados dos ácaros).
Quando, finalmente, ponho o pé fora de casa, um pacote de leite de soja traiçoeiro, na luta pela sua sobrevivência diante do Ecoponto, entorna os seus últimos pingos de vida para cima da minha blusa. É então que tenho que retornar a casa para trocar de roupa, protelando mais um bocadinho a estada ao sol.
Ora, as ganas de sol acabaram por ser vingadas com dois dias de praia. E o sol acabou por levar mesmo a melhor de mim, brindando-me uma valente constipação.
Na minha cabeça, prefiro acreditar que as neuroses se descompuseram ao sol e agora estão a ser expelidas sob a forma de pingos no nariz.

Happiness is a warm gun

A Sarah é uma das adolescentes americanas que aturou as minhas coordenadas disléxicas naqueles périplos pelo estrangeiro. Estava sempre tranquila e de máquina em riste. Num dos seus disparos olharapos, fez esta brincadeira e partilhou-a com a Kelly Belly. Ora tomem lá um sol só para vocês.

Wanna stay, stay, stay, stay for awhile...

Eu até nem sou fanática religiosa. Eu até ia adormecendo no último concerto, no Pavilhão Atlântico, sempre que a super-banda mergulhava num buraco negro temporal e transformava temas pujantes em tiradas tecnicistas de 20 minutos – por mais santificado que seja o vosso riff, admitamos que se esticam nas homilias.
Mas eu também continuo a dizer que este tema é infalível para pôr a malta a mexer. Ora vejam os passinhos de dança em pleno Central Park:



Da próxima vez que cá voltar, o Dave mete-os no Passeio Marítimo de Algés, no Optimus Alive, a 11 de Julho.

Now enough wasting time.
Off we go dancing.

Até ao dia de hoje, orgulhava-me de não ter nenhum vício.

Até que Deus criou este jogo.

Ó Santa Preguiça, trazei a mim uma citação.

"Own only what you can carry with you; know language, know countries, know people. Let your memory be your travel bag."

Alexander Solzhenitsyn